quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Entro no banheiro e me deparo com o espelho, fico muito tempo ali. Já passei até mesmo horas. Fico olhando meu reflexo e penso no que ele tenta me dizer. As vezes está feliz, mesmo que cansado. Por ora pode estar abatido, triste. Reparo nos olhos, no desenho da sobrancelha, são eles que me entregam. Penso nos meus dias , nos meus atos, nos fatos. O que fiz e o que deixei de fazer. A casa em silêncio me faz reparar no barulho dos grilos que cantam por toda a noite, essa é minha trilha sonora. Começo a me despir ao fim da minha avaliação, peça por peça, como se fosse um ritual. entro no boxe, leva algum tempo até abrir o chuveiro. Deixo a água cair e molhar a sola dos meus pés. Encho minhas mãos d'agua e lavo meu rosto. Entro de cabeça. Sinto aquela água gelada escorrer pelo meu couro cabeludo provocando um arrepio completo. Logo depois uma sensação de muito alivio. A água segue seu curso pelo meu corpo, é como se com ela fosse todo o peso do dia estressante ou tedioso. O sabonete é uma especie de desintoxicante e uma capsula protetora ao mesmo tempo. No calor que tem feito a vontade é de me manter molhada. Visto-me confortável, meu travesseiro já me espera ansiosamente. Me deito, é como se estivesse sobre o peito da pessoa amada, o cobertor é como os braços, macios e seguros. Escolho a melhor posição, entrego-me a cama, fecho os olhos. Com a mente vazia, entro no mundo que só pertence a mim.

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