Ando por aí vazio de amor alheio, cheio de amor por mim.
Ando por aí fazendo valer minha vontade, colocando-me em primeiro plano e
contrariando (por tabela) a vontade alheia. Alguns querem me prender e não
acham artifícios para isso. Outros racionalmente entendem minha liberdade, mas
emocionalmente querem mais do que posso oferecer. Eu não posso fazer nada, não
posso me obrigar a sentir ou deixar de sentir algo. (Já tentei várias vezes,
creiam) Estou bem assim, ou acho que estou. Penso no que as pessoas esperam de
mim, mas sem deixar de pensar em mim. Fazia tempo que isso não acontecia. Fazia
tempo que eu não era minha, tão minha que não queira me dar a ninguém. Tão minha
que estou completa, como nunca estive. Tão minha que prefiro “estar só”. Sem
promessas, sem juras, sem obrigações. Tão minha, tão leve, tão livre, tão
feliz.
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